A comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB/Subseção Mossoró) está preocupada com a divulgação de imagens de
pacientes nas redes sociais. Ontem pela manhã, durante coletiva de
imprensa convocada pela diretoria do Hospital Regional Tarcísio Maia
(HRTM), o presidente da comissão da OAB, advogado Diego Tobias,
aproveitou o momento para falar sobre essa preocupação. “Estou
horrorizado com forma como as pessoas estão protestando”, afirmou o
advogado.
Segundo Diego Tobias, além de ser uma irresponsabilidade fotografar
um paciente sem permissão, é um crime e quem o faz está sujeito a
processo judicial. “E por ter sido por um sindicato é pior ainda”,
ressaltou.
O diretor do Tarcísio Maia, Jarbas Mariano, disse que quando as
câmeras foram instaladas um dos questionamentos do Sindsaude era se os
pacientes seriam filmados, o que fere o direito do paciente a
privacidade. Nesse caso, o diretor conta que foi buscar respaldo no
Conselho Federal de Medicina, e Conselho Regional de São Paulo e Paraná,
antes de instalar os equipamentos e que inclusive o sindicato foi
convidado a verificar a instalação. “Agora o próprio sindicato bota
(fotos dos pacientes) à disposição. Isso é um contrassenso”, afirmou.
Diego Tobias disse que é preciso muito cuidado para não expor as
pessoas em situações como essas. Ele lembrou que com as redes sociais a
disseminação de conteúdo é muito rápida, que é um choque saber do
falecimento de um parente através de rede social e que é preciso
“respeitar a privacidade das pessoas”.
“O nosso principal objetivo quando divulgamos essas imagens é para
que mostrem a situação do Tarcísio Maia para que venha melhorar. O
principal direito que o diretor deveria se preocupar era com o direito
dos pacientes”, disse o coordenador regional do Sindsaude, João Morais,
que questiona o uso das câmeras na unidade hospitalar.
“Nós não conhecemos essas pessoas, mas compartilhamos o sofrimento
delas porque poderia ser qualquer pessoa. Ali poderia ser eu”, finalizou
João Morais.
Negociação
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Diego Tobias,
afirmou ainda, durante a coletiva, que a Ordem irá tentar mediar o
impasse entre o sindicato e o Governo do Estado, tendo em vista que a
greve já dura mais de 60 dias. “Para tentar resolver da melhor maneira
possível”, diz.
Fonte: Gazeta do Oeste
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