Cinco
suspeitos de participar do estupro coletivo contra uma adolescente de
17 anos, em Indiara, a 100 km de Goiânia, foram presos preventivamente
nesta quinta-feira
(4).
Entre eles, está o vereador e vice-presidente da Câmara Municipal, Jean
Castro (DEM) e o irmão dele, o comerciante Jean de Castro, com quem a
garota teve um relacionamento amoroso e agora disse estar namorando.
Segundo
informou ao G1 o advogado deles, Danilo Vasconcelos, o delegado
responsável pelo caso, Queops Barreto, alegou que "a investigação
transcorreria de forma mais tranquila", caso eles estivessem detidos. O
defensor dos suspeitos afirmou que ainda não teve acesso ao termo de
prisão e que, por isso, não poderia dar muitas informações sobre o caso.
No entanto, adiantou que irá entrar com o pedido de soltura na manhã de
sexta-feira (5).
Os
suspeitos estão na Cadeia Pública de Indiara. Ao G1, Queops Barreto
disse que solicitou a prisão à Justiça na quarta-feira (3) e o pedido
foi deferido nesta tarde. Ele explica que a detenção foi motivada por
"conveniência da instrução criminal". "Eles [suspeitos] estavam
tumultuando as investigações. A defesa estava induzindo as testemunhas a
mentirem", afirmou.
Barreto
explicou ainda que a menor deu quatro depoimentos a ele afirmando que
havia sido estuprada. Mas na última segunda-feira (1º), foi à delegacia e
disse que queria mudar sua versão. "Questionei porque ela mudou e ela
afirmou que não estava mais 'aguentando a pressão da investigação', que
preferia ver os suspeitos impunes a continuar com a apuração", afirmou.
O
delegado disse que explicou à menor que a ação é pública e
incondicionada e que independe da vontade da vítima. Ela disse que não
mudaria a versão, mas no dia seguinte, quando os suspeitos iriam depor
ela resolveu mudar de opinião.
"No
dia em que eles iram ser ouvidos, ela resolveu mudar a versão. Também
soube que ela estava namorando o Leandro e então percebi que ela estava
mentindo, sendo influenciada por ele", explica.
Namoro
Após
denunciar o caso, a menor foi até a delegacia na última terça-feira (2) e
prestou um novo depoimento, mudando sua versão inicial. Desta vez, ela
afirmou que não foi violentada, que foi pressionada a relatar o crime e
que agiu por ciúme. Ao chegar para ser ouvida, ela estava acompanhada de
Leandro, um dos cinco suspeitos.
De
acordo com a nova versão, não houve estupro. "A gente sempre foi amigo,
sempre conversamos. Essa questão aí [denúncia] foi só ciúme meu mesmo",
disse a adolescente. Ainda segundo a garota, ela foi pressionada a
denunciar a existência de um abuso, mas se recusou a dizer quem a teria
coagido e o motivo.
A
adolescente afirmou que a grande repercussão do caso fez com que ela
tomasse a decisão de rever as suas declarações. Após decidir se
retratar, ela alega que procurou Leandro para pedir conselhos e os dois
acabaram se reaproximando e começaram a namorar. Ela conta que não foi
ameaçada ou coagida a retirar as acusações.
O
vereador disse, em entrevista coletiva realizada no último dia 25 de
novembro, que não teve contato físico com a garota e apontou a namorada
como álibi para o momento em que o crime teria ocorrido.
"Conheço
ela [a vítima] há pouco tempo, de vista. Não tenho nenhum contato, não
tive nada com ela, só a vi na casa [onde ocorreu a festa], a
cumprimentei e pronto", afirma. Segundo ele, a falsa denúncia pode ter
sido influenciada por adversários políticos dele na cidade.
A
namorada do parlamentar, uma estudante que não quis ser identificada,
também esteve presente na entrevista. Ela garante que estava na festa
durante todo o tempo ao lado do vereador e não viu nada que indicasse a
participação dele e até mesmo a ocorrência do estupro. "Ele não tem nada
a ver com isso. Se eu não estivesse do lado dele, eu não estaria aqui
para defendê-lo", alega.
Crime
Inicialmente,
a menor afirmou que foi violentada em uma festa na casa do atual
namorado, que é irmão do vereador Jean de Castro, no dia 9 de novembro.
Na época, a adolescente afirmou que, enquanto mantinha relação sexual
com Leandro em um dos quartos da residência onde ocorria a festa, os
outros quatro homens entraram e a abusaram sexualmente.“Eles me
morderam, me bateu de chinelo, me deu tapa (sic)”, conta a jovem.
Ela
afirmou que o vereador ficou com medo de ser flagrado pela namorada
durante o ato e disse acreditar que o estupro já tinha sido planejado
pelos suspeitos porque eles falavam entre si sobre “seguir um esquema”
durante o evento. Na ocasião, a jovem relatou ter sofrido mudanças
drásticas na rotina após ter denunciado o caso.
“Eu
não estou nem saindo de casa por causa disso, nem de dia eu estou
saindo. Saio daqui só acompanhada com o Conselho [Tutelar]. Eu não estou
fazendo mais nada do que costumava fazer”, contou.
Fonte: G1 via Cidade News
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